AVALIAÇÃO DA PERDA HÍDRICA DURANTE UMA PARTIDA OFICIAL DE FUTEBOL DE CAMPO SOB CALOR INTENSO

Luciano Cruz de Almeida, Valdecir Rodrigues-da-Silva, Ana Carina Faria Ferreira-Valentim, João Rafael Valentim-Silva

Resumo


A desidratação ocorre devido à necessidade de o organismo regular a temperatura corporal próxima de 37ºC. Em ambientes de altas temperaturas o mecanismo que faz com que o organismo perca calor é a evaporação da água na superfície da pele. Esse mecanismo acaba resultando em desidratação e perda de eletrólitos. O exercício aumenta os níveis de sudorese e consequentemente acelera a desidratação. Nos esportes não é diferente, de forma que essa prática leva a uma sudorese e em direção a níveis diminuídos de água no organismo. Tendo-se em vista que a desidratação pode provocar inúmeros sintomas como tontura, desequilíbrio, descoordenação motora, fraqueza muscular e em casos extremos perda da consciência e morte. Mesmo assim, o estímulo da sede pode não ser suficiente para manter níveis ideais de hidratação. Geralmente, as pessoas consomem líquidos em um rítimo inferior a sua taxa de perda hídrica resultando em estados de desidratação. Dessa forma, o presente estudo objetivou identificar se há uma significante perda hídrica durante uma partida de futebol de campo sob calor intenso. Dessa forma, selecionou-se um grupo voluntário de sete sujeitos com idade média de 16,8 + 0,48 anos de forma conveniente. A temperatura ambiente estava a 35°C e humidade relativa de 78%. Coletou-se urina, antes, durante e após uma partida de futebol. Com o objetivo de se classificar a perda hídrica comparou-se a coloração da urina entre todos os momentos através da tabela de Armstrong. A temperatura e a umidade do ar foram mensuradas através de um termohigrômetro. Os dados foram tratados de maneira descritiva através da média e desvio padrão e de forma inferencial através do teste de normalidade de Shapiro-wilks e análise de variância ANOVA e Tukey com sensibilidade de 5%. Os dados demonstram que seis dos sete sujeitos que fizeram parte do grupo senso demonstraram desidratação do início para o meio da partida (p< 0,05), porém, todos apresentaram perda severa de líquidos do início para o fim do jogo (p< 0,01) se comparado com o início ou com o meio do jogo chegando a níveis preocupantes. Os dados sugerem que a estratégia de hidratação que vem sendo empregada não estão suprindo as necessidades mínimas de reposição liquida podendo trazer desde perda de desempenho físico até problemas de saúde mais importantes. Portanto, pode-se concluir que um jogo de futebol é em situação de calor associado a uma estratégia inadequada de reposição hídrica são capazes de produzir importante desidratação.


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