À Luz de Jorge de Lima: Uma Releitura do Poema “Remissão”, de Carlos Drummond de Andrade
Resumo
Neste artigo proponho cotejar o poema “Remissão”, de Carlos Drummond de Andrade, com o décimo oitavo soneto do Livro de Sonetos, de Jorge de Lima. A principal semelhança entre os dois poemas está na reiteração da metáfora da lesma, uma imagem que Drummond extraiu do poema de Jorge, mas cujo sentido último remonta ao Salmo 58:9, de David. Além dessa metáfora sálmica, cotejarei sete passagens nas quais os dois poemas apresentam versos, imagens e metáforas semelhantes. Após tal paralelo, tentarei provar que a dessacralização do monumento poético, tratado como coisa perecível por Drummond, em “Remissão”, em verdade, é uma resposta camusiana do poeta mineiro às teses místicas do soneto 18, de Jorge de Lima.
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PDFDOI: https://doi.org/10.4322/2358-0801.2022.24.60-16
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